segunda-feira, 17 de setembro de 2007

A imensa Lagarta

Uma imensa lagarta, mole, fétida e nervosa todos os dias. Seria uma centopéia mas o bixo tem mais de 10 milhões de pés. A metade de cabeças, embora juntas nunca dá uma. E lenta. Parada em seu casulo de aço sobre rodas e trilhos. Ela corre no trilho. Ou melhor, arrasta-se no trilho.

Se contrai e se expande como uma mola. Mas tem seu rítmo. Ás 07:00 horas é imensa. Esparrama-se pelo cantos do saguão por onde tem que passar. As 07:30 está no seu limite, inchada e estressada. Precisa estar as 08:00 em qualquer lugar longe de onde está. As 17:00 é lenta, grande e cançada. E fede mais do que na manhã quando o máximo a que chegava seu mutum era o cheiro de bocas mal lavadas e pescoços babados durante a noite no travesseiro. Ás 18:00 hs já começa a se desfazer enrrodilhando-se em seu ninho. Seu casulo. E sonha em virar borboleta mas o sonho acaba junto com a novela das 08:00 hs.

Isso é São Paulo para a maioria dos Paulistanos.