terça-feira, 9 de outubro de 2007

Banheiro a céu aberto - Comércio sim, cidadão não

A guarda civil metropolitana e a polícias civil e militar fazem operações constantes para tirar os camelôs das ruas. Hoje mesmo, acontece uma destas operações. E há bastante tempo que o prefeito Kassab vem empreendendo estas ações.

Obviamente que isso é muito bom para a cidade. Queremos mesmo uma cidade mais transitável e com menos barulho. Mais organizada. Mas tem outro problema, talvez ainda mais grave e com certeza muito mais arraigado e extenso na nossa sociedade que é a questão da moradia.

Mesmo com pesados investimentos na área de infra-estrutura e habitação, ainda há um défcit muito grande de moradias. Isso faz com que muitas pessoas acabem morando nas ruas do centro da cidade. E isso gera um problema ainda maior de saúde pública sem contar os inconvenientes advindo disso. Para confirmar isso basta passear na cidade num dia de sábado. Há muito excremento nas ruas, cheiro de urina, lixo, restos de comida, cobertores descartados, etc.
E o pior é que tal situação leva a outro problema também gravíssimo: o da segurança pública.

Só que para estes problemas não existem ações constantes da prefeitura no sentido de tentar resolver. Não se ouve falar de remoção dos moradores de rua ou de ações com este intuito. E a causa disso parece ser simples: Os moradores de rua não incomodam o comércio. Pelo menos, não lhes roubam ou espantam clientes suficiente para despertar índices econômicos. Diferente dos camelôs que com suas vendas desorganizadas e suspeitas tiram grandes parcelas de clientes das lojas do centro.

Triste se isso se confirmar realmente porque a prefeitura de São Paulo deve governar para os cidadãos e não especificamente para o comércio.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Costruída por um povo forte - O homem mais velho do mundo

São Paulo foi contruída por um povo forte. Falo dos nordestinos que vieram com promessa de vida fácil e encontraram dureza pior que aquela dos sertões. Mas não esmoreceram por isso não! Trabalharam, cresceram e se incorporaram à nossa cultura, transformando-a e sendo transformado por ela. E o mais recente exemplo da força e vitalidade desse povo vem da Bahia, Olinda onde mora o senhor Francisco Mateus de Santana, considerado para o Guiness Book como o homem mais velho do mundo com 118 anos.
O senhor Chico de Gaspar, como é conhecido por ser filho de Gaspar Bernardino de Santana, nasceu no ano da proclamação da república pouco tempo depois da libertação dos escravos. Casou-se aos em 1950 e vive até hoje com sua esposa, Berenice Luzia de Santana.
É por gente assim que essa cidade foi construída o que nos dá orgulho de dar guarida a este povo e fazer parte dele porque no fundo o que somos mesmo é brasileiros.
Parabéns se Francisco!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

A imensa Lagarta

Uma imensa lagarta, mole, fétida e nervosa todos os dias. Seria uma centopéia mas o bixo tem mais de 10 milhões de pés. A metade de cabeças, embora juntas nunca dá uma. E lenta. Parada em seu casulo de aço sobre rodas e trilhos. Ela corre no trilho. Ou melhor, arrasta-se no trilho.

Se contrai e se expande como uma mola. Mas tem seu rítmo. Ás 07:00 horas é imensa. Esparrama-se pelo cantos do saguão por onde tem que passar. As 07:30 está no seu limite, inchada e estressada. Precisa estar as 08:00 em qualquer lugar longe de onde está. As 17:00 é lenta, grande e cançada. E fede mais do que na manhã quando o máximo a que chegava seu mutum era o cheiro de bocas mal lavadas e pescoços babados durante a noite no travesseiro. Ás 18:00 hs já começa a se desfazer enrrodilhando-se em seu ninho. Seu casulo. E sonha em virar borboleta mas o sonho acaba junto com a novela das 08:00 hs.

Isso é São Paulo para a maioria dos Paulistanos.

Máfia em São Paulo

Sempre ouço dizer que São Paulo está cheio de máfia. Virou lugar comum dizer que esta ou aquela agremiação de trabalhadores é máfia disto ou daquilo. Se for camelôs é máfia, perueiros, máfia, flanelinhas, máfia. Tudo aqui em São Paulo parece que vira máfia.

Mas ainda não ouvi esta expressão se referindo a igrejas pentencostais. Não quero dizer que os crentes são mafiosos. Estes são vítimas, talvez. Mas para cada igreja suntuosa que nasce a cada dia milhões de reais são movimentados. E este dinheiro todo não parece vir dos fieis.

As últimas igrejas que vi serem erguidas devem ter custado 1 milhão cada uma. E isso somente nos últimos seis meses. Mas não há mais do que duzentas pessoas em cada uma que se possa dizer membro regular destes que pagam o famigerado dízimo. Então, se projetarmos uma renda média de R$ 1000,00 para cada um, teremos uns R$ 20.000,00 de renda bruta mais o mesmo tanto de ofertas daria uns R$ 40.000,00 por mês. falta muito para erguer um templo suntuosos então.

Logo, depois de fechados os bingos onde se admitia a lavagem de dinheiro sujo, a lavanderia deve ter se santificado.

Estranho é ninguém aparecer dizendo o famoso chavão: "Igreja é tudo máfia".

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Sentimentos Verticais.

Uma nova realidade assola as periferias de Sampa. Os terrenos baldios e algumas casas velhas estão sendo cercados por tapumes e tomados por construtoras. Em poucos dias enormes gruas levantam pacientemente concreto e aço até o topo dos espigões. Em meses tem-se um novo edifício que é rapidamente preenchido por uma gente sem rosto.

É dolorido especialmente pela falta que faz algumas paisagens. Havia uma casa alí que fazia a imaginação correr solta por outros tempos. O quintal cheio de mato com um roda de carroça parcialmente encoberta era o palco onde crianças de calção brincavam mil brincadeiras. Na varanda uma mulher deve ter passado tardes tricotando. Homens devem ter fumado seus cachimbos naquela sala que tinha uma porta com arco... Um tempo que a imaginação teima em fazer acreditar que era melhor do que o nosso. E talvez fosse mesmo. Pelo menos o recorte da paisagem devia ser suave e verde.

As casas ao longe davam uma impressão de tristeza sim. Porque cada uma devia contar uma estória. Onde não houvesse alegria entristecia todo o resto. A tristeza é constante. A alegria não. Mas os espigões são piores. Eles não despertam nada. Apenas tapam a luz do sol.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Caos nos aeroportos brasileiros

Quase duzentos mortos no acidente com avião da Tam. E de repente está tudo de pernas para o ar. Tragédia anunciada ou acidente imprevisível, o acidente levanta agora uma infinidade de desdobramentos. Pilotos que se recusam a pousar em pistas molhadas, restrição para pousos e decolagens de determinados vôos, impedimento do ministério público alegando falta de segurança; O aeroporto não podia ser como era no meio da cidade... e por aí a fora. Mas o mais tocante são as histórias interrompidas. Essas desdobram-se de maneira infinita. Filhos e filhas que não voltarão mais, pais amorosos que deixarão saudades... Vidas promissoras interrompidas pelo trágico acidente. Vidas boas, diga-se de passagem. Pessoas merecedoras de tudo que conquistaram. E isso é o mais chocante.

Sem querer resvalar no desrespeito ás dores alheias, o assunto se estende á exaustão. Entra deputado para dizer o que continha a caixa preta( Tem que ser deputado? ) e desdizer em seguida. Os âncoras, fundeados na maior "imparcialidade", deixam claro que o problema é realmente grave. E tome pessoas chorando nos vôos atrasados. E tome cidadãos indignados. E lá estão pessoas sentadas dormindo no chão.

A imprensa nunca prestou... um serviço... tão... Fico sem palavras. A imprensa nunca prestou. Acho que isso basta. Esclarecendo a imensa população brasileira que utiliza aviões. Claro que o caso vai bem além, eles explicam, é que com a crise nos aeroportos o Brasil deixa de ganhar com o turismo e com os negócios em geral... Visto por esse ângulo, e desconsiderando que negócios se fazem de milhares de forma num mundo globalizado, até que eles tem razão. Vivemos sobre a insígnea de uma crise monumental e sem precedentes.

O povo, esse que concretiza os negócios feitos pelos viajantes de avião, já se acostumou com o transporte público. Este serviço que de tão excelente não merece uma única linha nos noticiários. Tudo corre bem( lento ). Não há acidentes há anos e quando os há, não precisa se procurar por culpados porque com certeza não é o governo. E as grandes e fétidas massas humanas compactadas dentro dos trens, ônibus e metrôs são seguramente um sadio exercício matinal e vespertino para a população que "não" tem pressa de chegar em casa.

As vezes ocorrem acidentes. Até de grandes proporções como o que aconteceu em Itaquera com os trens da antiga CBTU ou em Pirituba, já com a CPTM. Tem os acidentes rodoviários com "milhares" de mortos todo ano. Tem os acidentes navais com centenas de mortos como o de uma passagem de ano no Rio. Fora os de origem direta da violência como os do tumulto que ocorreu em São Paulo no começo do ano.




Todos amplamente divulgados pela imprensa, sim. Mas nenhum deles atingiu status de prioridade nacional, apesar do elevado número de vítimas se comparado aos acidentes aéreos. Porque não são prioridade? Porque a vida dos miseráveis que morrem em trens e ônibus lotados não teria continuidade mesmo? Porque o caos no transporte público não interessa aos políticos beligerantes?

E o pior é ver o povo, consternado, incomodado, condoído e preocupado com o destino do Brasil por causa do "caos aéreo". Hão de chamar-me de insensível. Peço desculpas aos verdadeiramente atingidos pela tragédia mas não dá para deixar de denunciar a farsa que se instalou sob este assunto. Os político manipulam a imprensa para acelerar assuntos que não tem importância imediata para o Brasil e com isso encobrir falcatruas.

O verdadeiro "Caos" está nas ruas todos os dias. E porque não é a classe média que sofre não é também assunto importante. Quem duvidar, saia às ruas e veja com seus olhos.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

As vias públicas são dos pedestres.

Ninguém tem mais direito às vias públicas do que os pedetres. Não que os automóveis não devam trafegar, mas quem deve ter prioridade é o pedestre e mais ninguém. Isso quer dezer que, independente do farol, que nem deveria existir, se uma pessoa puser o pé na rua qualquer veículo deva parar imediatamente. Se para isso é óbvio que veículo nenhúm deve andar a mais de 20km/h. Isso pelo menos dentro da cidade.

Veículos dentro dos limites da cidade deveriam ser permitidos apenas em último caso. Seria o caso das ambulâncias e dos que provarem por a + b que sua atividade é vital para a vida a urbe. Abastecimento, limpeza, manutenção, transporte, enfim, serviços sem os quais a cidade não sobrevive. E estes mesmos, com exceção das ambulâncias, teriam que dar prioridade aos pedestres. Se um pedestre por o pé na frente de uma carro este para e aguarda pois a preferência é sempre do pedestre.

O demais veículos ficariam circunscritos aos entorno da cidade, às estradas e aos rodo-anéis que são idéias úteis e aplicáveis á cidades como São Paulo.

Dessa forma, poderíamos dar adeus ao congestionameto, ao stress, à poluição e ás mortes estúpidas e desnecessárias que ocorrem todos os dias porque os motorias são privilegiados na nossa cidade.

Também acabaria a indústria do farol onde gente de má fé colocam crianças para pedir ou vender balinhas. Não venderiam mais balinhas se os motoristas estivessem alí apenas como funcionários e não donos de carros importatos.

Aboliríamos todos os o faróis, que enfeiam a cidade e gastam milhares de reais em manutenção.

E os cidadão teriam mais saúde porque andariam mais e respirariam uma ar mais puro.

Para o cidadãos e para a cidade as vantagens são muitas. As desvantagens são para alguns acostumados a comodides individuais que não tem importância para a coletividade. Então, que se devolva a cidade aos cidadão.